Dia Municipal das Mulheres Trabalhadoras é comemorado neste 22 de julho
22 de julho de 2024
A ideia para a Lei que instituiu o Dia da Mulher Trabalhadora Caxiense partiu da proposta da estudante Isadora de Oliveira Brando. Isadora participou do Programa Vereador Por Um Dia 2023, promovido pela Câmara de Vereadores de Caxias do Sul. A matéria, com autoria da vereadora Rose Frigeri/PT, foi aprovada por unanimidade em março desse ano e incluiu o Dia Municipal das Mulheres Trabalhadoras, no Calendário Oficial de Caxias do Sul.
Para Eremi Melo, secretária geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul e região, a Lei não presta homenagem apenas às vítimas da explosão de 1943. “Essa Lei é uma homenagem e uma forma de homenagear e ao mesmo tempo lembrar de todas as mulheres de Caxias do Sul, do Brasil e do mundo que sofrem com a desigualdade de gênero, com o machismo, com a exploração no trabalho, recebendo salários menores que os homens, com o feminicídio e com todas as formas de discriminações.”
Explosão vitimou 7 trabalhadoras em 1943
A ideia de Isadora, estudante da Escola Municipal de Ensino Fundamental Alberto Pasqualini, recebeu a coordenação do professor Saulo Rodrigo Bastos Velasco. A motivação foi para lembrar da morte de mulheres que trabalhavam numa fábrica caxiense na primeira metade do século XX.
Na manhã do dia 22 de julho de 1943, uma violenta explosão atingiu um pavilhão da Metalúrgica Gazola, ocasionando a morte de sete operárias e deixando um saldo de 15 feridos. O desastre, ouvido até os arredores do bairro São Pelegrino, causou enorme comoção na cidade.
Um velório coletivo foi realizado na Catedral Diocesana, sob as bênçãos do bispo Dom José Baréa. Na tragédia, morreram sete jovens operárias que trabalhavam enchendo os cartuchos de pólvora de forma precária e perigosa: Graciema Formolo, Júlia Gomes, Maria Bohn, Olívia Gomes, Tereza Morais e Irma Zago. Houve ainda uma vítima esquecida, Anoema da Costa Lima, que morreu no dia 14 de janeiro de 1945, em decorrência dos ferimentos. Sua história veio ao conhecimento público 75 anos após o acidente, resultado da pesquisa do jornalista Rodrigo Lopes e eternizada na obra literária: A história nunca esquece, da autora Tânia Scuro Mendes. Já a jovem Odila Gubert sobreviveu à explosão, mas teve a perna amputada. Odila viveu em sofrimento durante 60 anos e faleceu no ano de 2003, com 80 anos de idade.
Foto Studio Geremia,acervo Memorial Gazola / divulgação