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Taxas de juros altas são o principal obstáculo ao crescimento econômico

15 de maio de 2023

Por David Fialkow

O Brasil sofre com as maiores taxas de juros do mundo. Mas, taxas de juros altas são o principal obstáculo ao crescimento econômico, por várias razões. Primeiro, tornam mais caras as prestações das mercadorias compradas a prazo, inibindo o consumo. Consumo menor resulta em menos pedidos à indústria, a qual reduz encomendas dos fornecedores, numa espiral para baixo.

Segundo, as dívidas de consumidores e empresas aumentam, exigindo pagamentos maiores, diminuindo a renda disponível e, portanto, reduzindo o poder de consumo.

Terceiro, os empresários preferem fazer aplicações financeiras ao invés de ampliar a produção, ganhando com juros atrativos e sem risco do que investir em sua própria atividade. Isto afeta negativamente seus fornecedores e os fornecedores destes.

Enfim, juros altos freiam a atividade produtiva, seja indústria, serviços, agricultura e qualquer outra. Assim, reduz os empregos, o que gera pressões para baixo nos salários, fazendo cair a renda de trabalhadores, puxando a economia para baixo.

Um grupo restrito se beneficia dos juros altos, vive de rendas, detém cerca de 7 trilhões de reais em papeis do Tesouro Nacional. Aplicando a taxa Selic de 13,75% sobre os 7 trilhões são 962,5 bilhões de reais por ano que embolsam. Quem paga esta montanha de juros é o Tesouro nacional, ou seja, todos nós, pessoas e empresas, cujos tributos que pagamos alimentam parasitas que não produzem um parafuso, não movimentam a economia.

Assim, não resiste aos fatos a alegação do presidente do Banco Central, Roberto Campos, de que os juros seriam altos porque o governo não equilibraria o orçamento. São as despesas de quase um trilhão de juros, oriundas das decisões do BC, que sangram o orçamento.

Com 800 bilhões poderiam ser construídas milhares de escolas, hospitais, casas populares, quilômetros de rodovias, obras de saneamento, etc., a cada ano. Investimentos que gerariam encomendas a muitas indústrias e estas a seus fornecedores, gerando mais produção, empregos e salários, ampliando a atividade econômica e, no final, gerariam mais receitas de impostos equilibrando o orçamento.

Uma frente ampla pela produção se ergue pela redução dos juros, o país precisa crescer, produzir, gerar empregos e renda. E, logo!

David Fialkow
Economista

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