Peça Teatral “Odila” emociona e traz reflexão no Dia Internacional das Mulheres
09 de março de 2023
Apresentação no auditório do Sindicato também marcou os 90 anos da entidade
Tina Andrighetti, de forma brilhante, contou no espetáculo a trajetória de trabalhadora caxiense que teve seus sonhos ceifados pela tragédia na Gazola, Travi & Cia. Em 22 de julho de 1943 a cidade de Caxias do Sul foi sacudida por sucessivas explosões, vitimando oito mulheres, sete das quais perderam sua vida ao cumprirem o dever “pelo esforço de guerra”.
O espetáculo aborda uma época em que ainda se desconsiderava a saúde e o bem-estar do trabalhador e da trabalhadora, que representavam apenas mais uma peça na engrenagem da produção.
Ao final da peça, a atriz Tina Andrighetti disse estar emocionada por se apresentar em um local tão simbólico. “Se apresentar aqui, no Sindicato dos Metalúrgicos, no 8 de março, é muito simbólico. Para mim é uma honra levar esta história ao público.” Tina lembrou ainda que em 2023 completam 80 anos da tragédia e por isso é mais do que necessário fazer Caxias conhecer o que aconteceu neste período.
O presidente do Sindicato, Assis Melo, acompanhou a peça teatral e fez um discurso emocionado ao final da apresentação. “Foi um momento de reflexão para todos nós. Quando nos permitimos conhecer um pouco da nossa história, quando falamos dos 90 anos do Sindicato, estamos falando que foi proposto lá na sua fundação, que é não esquecer de nós mesmos.” Após o discurso de agradecimento para a atriz Tina Andrighetti e equipe, Assis também prestou homenagem para a diretora e ex-diretoras do Departamento Feminino do Sindicato.
Fernanda Medino, diretora do Departamento Feminino do Sindicato, destacou a importância de relembrar este acontecimento.”Foi emocionante. Prestigiar uma peça destas, uma história real, é importante para a categoria e para a luta das mulheres no dia a dia.”
A tragédia na Gazola, Travi & Cia, ocorreu em plena Segunda Guerra Mundial. A empresa, encampada pelo Exército, fabricava artefatos bélicos para os combatentes brasileiros e, naquele dia, cerca de vinte operárias – com idades entre 14 e 20 anos, fabricavam munições no pavilhão.
Odila sobreviveu, porém sua vida tomou outro rumo, contrário aos desejos alimentados até então, no auge dos seus 20 anos.